16 julho, 2003

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Como tudo o que é bom na vida acaba...

PONTO FINAL PARÁGRAFO.

Ci vediamo amicci miei

30 junho, 2003

FIM À VISTA

C'è finito!

Hoje, a 30 de Junho, encerrei em definitivo mais um capítulo na minha vida (ainda curta, é verdade) ao terminar todas as minhas obrigações para com a Universidade. Precisamente um mês depois do primeiro exame, a 30 de Maio, e paralelamente com o dia da chegada do meu "fratello" a roma, realizei (e passei!) ao quinto e último exame. Desta feita, INTEGRAZIONE EUROPEA. Ao menos não acabei com uma daquelas disciplinas chamadas "de caras" e foi preciso algum estudo e esforço na preparação! Mas ao menos uma, certo??

Mas já está! Agora venha o merecido descanso e as benditas férias! 16 dias precisamente é o tempo que me resta em Roma e Itália! Há que aproveitar!!!! Para isso, rumo ao sul! Destino: Nápoles, Ponpeia, Capri e Ischia, e os arredores da costa Amalfitana! Sem grandes planos, pois a dimensão e abrangência cultural do grupo promete um itinerário aberto até à ultima da hora! Não sei se estar contente (mesmo efusivo!!) pelo fim dos exames e de um mês, o de Junho, ou se hei-de estar triste e apreensivo pela aproximação demasiado rápida do fim!

O FIM? Que significa isso do fim?!?! Não quero saber. Só me interessa que muitas das caras que fui vendo por cá, vou com certeza rever um dia... qualquer um dia, no futuro! Não hoje, não amanhã, mas mais perto do que possa pensar.

Por isso, até ver.

10 junho, 2003

A visita do maninho

Acabadinho de chegar de Cesenático, do tal encontro nacional de erasmus, e o meu futuro "afilhado" a chegar! Que é como dizer, o meu mano! Depois da visita dos "genitori", um mês antes exactamente, esta visita iria ser muito mais interessante, mais não fosse pelo simples facto de lhe poder mostrar o que é o ambiente erasmus, vivido na primeira pessoa, e numa das principais capitais da Europa e do mundo, e quiçá arredores...

E assim foi mesmo! Vinha com muitas ideias sobre o que fazer, onde ir, o que visitar, compras a fazer, mas... a primeira paragem foi a festa de aniversário do David, um tuga lá da turma! E foi genial a festa, porque deu para tudo. Festa de arromba em casa dele, dezenas de pessoas, muitas nem eu conhecia, muitas peripécias à mistura, muitas nacionalidades como se exige e, claro, o regresso a casa, e a mais do que habitual odisseia nos transportes nocturnos romanos!!!! Uuuiiiiii! Assim, Roma e Erasmus, ficaram apresentados!

Os restantes dias foram um pouco mais tranquilos. Tirando o facto de que me obrigava a madrugar... entenda-se 10h30 da manhã, foram bons dias, com alguma vida de qualidade, uns toques de classe!!!! Também sabe bem, mas não dá pra habituar! Deu ainda para ir a Siena, de visita. Simplesmente de encher as medidas, a cidade é brutal!! Magnífica! Bem dizem os entendidos que bate Florença aos pontos. Para mim, é sem espinhas! O aspecto medieval da cidade, alojada entre dois montes, com as suas ruelas e vielas, engalfinhadas umas nas outras, por entre terraços e escadinhas, praças e tuneis... o esplendor de outros tempos, de outros costumes.

Além disso, de realçar a máquina com que viajámos: um SMART! Motor Mercedez-Benz sempre a bombar no máximo, ou seja 140 km/h em auto-estrada, foi um ponto fulcral da piada da aventura pelas estradas da toscânia, de tal ordem que decidimos guardá-lo para os dias seguintes em Roma.

Com uma semana a passar, vejo que afinal também não falta assim tanto para a minha validade expirar por estas terras, e ter de voltar a terras lusas. Mês e meio para ser mais preciso. E quando voltar, é para o casamento do mano, a marcar a minha re-aparição pública!! Ele apadrinha o meu regresso, e eu apadrinho o seu casamento, boa?? BOA!!!

30 maio, 2003

Qual o cúmulo das loucuras? (2)

(continuação)

Vamos aos pormenores!

a) A viagem
De Roma partiram 3 autocarros para uma tirada de 6 horas rumo ao Norte, perto de Ravenna, mais em concreto em Rimini. O mais interessante pode-se dizer que foi a passagem de uns filmes em Italiano, e imaginar gente de todos os países e raças a rir com as parvoices dos italianos em filmes que mais pareciam (ser eram ou não ninguém percebeu!), comédias!

b) A praia
Ficava a dever em muito a 90% das praias de eleição do nosso querido país. "Da vero!" Escapava a temperatura da água e as instalações. Era um estilo de colónia de férias, onde só faltava a piscina para a festa ser de completa arromba. Era curioso ver como as pessoas iam chegando à praia, cada dia mais tarde do que o anterior, e por ordem: do menos para o mais desgraçado!! Era fácil estabelecer um padrão, ainda mais, não ajudava o facto de haver um parvalhão que passava uma hora todas as manhãs a gritar "Sveglia! Sveglia!" ou seja, como quem diz "ALVORAAAADA!!" Pois é...

c) As festas
Não há muito para contar... :)







d) O resto
Não há nada que contar??? Há é muito e daí a necessidade de reter informação preciosa. Por exemplo, a guerra de Nuttela que teve lugar quando muitos já estavam, digamos, "acelerados"! Foi sem dúvida um momento hilariante, como de resto mostram as fotos. Houve umas vítimas mais nítidas que outras. Como eu!!! Que tive de ir a meio da madrugada à casa de banho e lavar-me de modo a conseguir voltar a tempo para a festa, e poder gozar mais um pouco, pois cheguei ao ponto de não conseguir respirar!! Pois é, o menino Fábio fez-me a vida negra e ainda não esqueci essa!!!!! Cá se fazem...




Houve ainda diversos jogos muito cuidadosamente desenhados para que pudesse existir contacto!! Coisas de malta jovem em êxtasem quando não há mais nada que fazer... nada de especial.... LOLOLOL

Qual o cúmulo das loucuras?

Qual o cúmulo das loucuras? - perguntam vocês. Eu digo-vos! Que tal 350 pessoas, quase na totalidade Erasmus de diversas cidades de Itália, entre as quais Roma, Milão, Pádua, Siena, Florença ou Palermo entre muitas outras, reunidas em 4 dias naquela que dizem ser uma das estâncias de Verão mais procuradas de Itália!!!

O objectivo: estabelecer novos contactos inter-pessoais!!
O método: praia e festa?!?!

Só para dar uma ideia, dos 350 presentes (e estavam inicialmente previstos cerca de 500!!!) apenas 100 eram de Roma, e ainda das quais, só 30 eram tugas!! O evento, foi o II Encontro Nacional de Erasmus.

17 maio, 2003

A Máfia já não manda aqui (2)!

(continuação)

No que toca ao grupo, de registar a liderança destacada dos portugueses e espanhois no que toca à dimensão das delegações. Essa liderança lusa ainda se destacava mais quando tocava a ter de animar a banda! "I portoghesi" eram os piores de longe! Não admira que, habituados que estamos a cantar desde as "visitas de tudo menos de estudo" no infantário, só podia mesmo era dar nisto!!

Houve algumas expressões celebrizadas por todos e que, ainda hoje nos provoca regozijo quando olhamos para trás. Por exemplo, "Já te calavas, não?" ou "Já podias ter dito, não?", ou ainda "já eras menos parvo, não?", enfim, tudo era pretexto pra começar a frase com "JÁ" e terminar com "...NÃO?" Só rir!!!! Ou ainda a mundialmente idolatrada expressão pela comunidade erasmus, "Que cena gay", que houvida dos gregos tomava outras dimensões hilariantes!!!! Muitas provas, no formato de imagens vulgarmente designadas de fotografias, comprovam momentos menos apropriados, ou mais, embaraçosos! Convidoa uma sessão da tarde a observar fotos. E depois, cada um é livre de fazer o seu próprio juízo. Noutro prisma, esta viagem foi deveras para conhecer muito mais gente, das quais sobressaíram sem dúvida, os gregos, e ainda, as gregas!!!

Uma referência ainda para umanoite especial! Quando tudo indicava que as coisas podiam correr mal... ou menos bem no mínimo... uma festa na praia, com tudo "à volta da fogueira" que por sua vez tinha sido de autoria portuguesa, soube mesmo bem!!! para dar uma ideia, acabei a fazer duetos e trios e quartetos... a cantar um pouco de tudo. De "My way" ou "New York, New York" do Frankie, a "Stand by me" ou "Imagine" do gang de Liverpool! Por falar em Beatles, sabiam que rimos imenso o outro dia ao decobrir que o Jota pensava que o Ringo Starr era irmão do Paul McCartney!! ou melhor, que todos os quatro eram irmãos?!?!?!?!? Eehhhhhh do best!!! Francamente Jota... duuuuuuhhhhhh

16 maio, 2003

A Máfia já não manda aqui!

Para aqueles mais familiarizados com os meandros na internet, e que saibam o que é ao menos o MSN, podem-se ter apercebido de que alterei recentemente o meu nick na sequência do regresso da viagem à Sicilia. Pois é!!! Admito que estava em pulgas, a minha primeira viagem a sério em erasmus, cerca de 55 pessoas, sendo que dessas apenas cerca de 15 eram rapazess!!!!

A viagem de ida foi muito dura! Onze horas de comboio, directo, partindo à uma da manhã! Numa avaliação estritamente pessoal... foi de caixão à cova! Melhor, foi mesmo a cova!! Exagerei! Mas a vida tem de tudo, e disto também. Uma pessoa vai aprendendo, certo? Aproveito para deixar aqui um obrigado a todos os que me aturaram, e um sincero pedido de desculpas!! Para a próxima... não haverá próxima, certamente!!!

Da Sicilia em si eu esperava muito mais, e acho que a própria Sicilia tinha mais a oferecer. Mas há que nos condicionarmos quando viajamos em grupo e, mais quando o objectivo principal era mostrar todos os locais míticos de uma ilha com forte tradição grega, e que na antiguidade representara um polo fulcral do império. Mas digam isso aos gregos que viajaram connosco... pois na esquadra contam isso ao chefe! Catania foi o ponto mais baixo, e onde passámos mais tempo infelizmente e de algum modo compreensívelmente, de uma viagem que teve essencialmente dois pontos de relevo: o Vale dos Templos (Valle dei Tempi) em Agrigento, que se resume num aglomerado de ruínas de diversos templos gregos da antiguidade, num vale lindíssimo, e Taormina por outro lado, cidade formosa e onde finalmente se pode comprovar um pouco melhor daquela máxima que diz que "as mulheres sicilianas são as melhores de Itália". Agora a fazer o quê, ninguém diz...

(a continuar...)

06 maio, 2003

Os tótós cá de casa!

Estou chateado. È vero!! E decidi escrever apenas para que fique bem claro! Com quem? Com o quê? Porquê, perguntam? Caaaalmaa.

Estou fulo, nada mais nada menos, do que com os outros três marmelos cá de casa, Rolim, Jota e Erico. E voltam vocês a perguntar, porquê?? Simplesmente porque por mais que me esforce, não vejo maneira de os conseguir convencer a contribuirem para estas crónicas! "Ahh eu qualquer dia escrevo" diz um. "Epá eu não tenho muito jeito como tu" atira outro. "Não tenho paciência" conclui o outro. Será que não percebem que é um período único nas suas vidas, e que, o facto de deixarmos isso registado dignamente, apenas poderá contribuir para alegrias futuras??? Mais não seja, a rir! A consequência mais visível é que também me sinto afectado com a sua falta de interesse!

Não é que não gostem! Não! Pelo contrário, especialmente a ler quando se partem a rir porque lhes toca algo especial! Mas escrever... quieto! Ora bolas! Que escrevia tão bem já eu desconfiava ;) Não precisava que me viessem lembrar LOLOLOLOL Mas que já escreviam, já!!!

Quem sabe... por acaso... um dia... um deles não decide contar um episódio que entenda genial, e que a mim não me apeteça!?! Huuumm duvido! Sim, porque a mim também me pode deixar de apetecer assim de um momento para o outro! Ou será que ainda não repararam que a frequência com que escrevo estas "estórias" tem ficado severamente abalada, recentemente?!?!? Depois não digam que não avisei... nem me venham com essa treta de que eu tenho "um mau feitio do caraças", porque é mentira! Ouviram??????? MENTIRA!!!!!!

25 abril, 2003

Agora é a valer... ou talvez não!

Já lá vai algum tempo desde as últimas palavras que escrevi aqui. Muito trabalho... como facilmente se compreende! Pelo meio a Páscoa, o aniversário do meu pai, umas feriazitas passadas entre a Croácia e Hungria, etc... Sobre essas férias não escreverei, pois não foi erasmus... foi outra coisa completamente diferente!

O regresso a Roma caracterizou-se pela continuação do ambiente de FÉRIAS! Duas semanas sem mexer o traseiro (para ser delicado pois claro!). Não houve um dia de descanso. "Bottiglion" no campo dei fiori, montes de geladinhos pelo dia fora, aqui e ali onde calhava, festas e festas, enfim... MUITO CALOR E POUCA PRAIA em resumo!

Estamos a poucos dias do aniversário do Jota e do Erico, respectivamente 29 e 30 de Abril. Nessa altura chegam também a Roma os meus pais. Vai ser muito bom em vários aspectos. Primeiro para matar as óbvias saudades já que não vou a Portugal. Segundo, vou ter finalmente uma desculpa para faltar a festas e com isso, obter realmente algum descanso. Por último vou gastar muitoooooo menos dinheiro! Embora a fonte seja a mesma, é sempre bom que saia doutra torneira que não a minha!!! eheh

No entanto, boa disposição à parte, já me sinto mal comigo mesmo! E o pior é que pelos vistos o sentimento é generalizado. É que só agora estamos a comprar os livros (são muitos, tipo, qualquer coisa como... dois!!) de que precisamos - em italiano - ainda nem sequer temos apontamentos (pior ainda foi quando perdemos os cadernos numa festa em casa de uns espanhóis) e muito menos pensamos em marcar alguns exames ou falar com os professores!! Esta situação cria um sentimento de INUTILIDADE! Nós bem queremos e pensamos reverter a tendência do actual panorama, mas... É DIFICIL!! MUUUUIIITOOOO DIFICIL!!

Acompanhar desenvolvimentos nos próximos capítulos.

12 abril, 2003

A rapariga do metro

Esta é uma história sobre uma peripécia...

Havia uma festa erasmus: Serata a Frascati! Prometia!

Vamos os quatro a caminho do ponto de encontro, o metro de CiCittà. Estamos no metro e é então que identificamos um alvo. Uma rapariga que até "parecia" gira e interessante. Pelo menos de trás....LOL!!! O metro claro está, apinhado, como a qualquer dia na hora de ponta!

Perdêmo-la e vista...

Dez estações depois, finalmente com mais espaço, lá estava ela... por acaso, na mesma carruagem. E não é que se preparava para sair na mesma estação? pois é! Praticamente só ela e nós, a caminho da saída. Eu ainda brinquei que ela bem podia ser de erasmus, e que até podia ir para a mesma festa... mas ninguém parecia concordar no momento. E num ápice começaram a surgir piropos, comentários e algumas "bocas" ingénuas e inofensivas claro... Até estava a ser divertido! Como sempre, os portugueses armam-se em espertos quando estão fora do seu país!

Ao cimo das escadas, avistamos o grupo todo, à espera, e é então que acontece o inesperado! Ela volta-se para trás, enfrenta-nos e daquela boca saem as seguintes palavras:
"Olá, voçês são portugueses não são?"

30 março, 2003

Um mês já lá vai ! ! !

Mais um domingo que passa, mais uma semana que fica para trás! Já lá vão quatro. Bem vistas as coisas, tudo bem espremidinho... devo ter tido uma semana de aulas!!! Muitos passeios, muitas festas... poucas aulas! Mas isto vai mudar com certeza. Até porque as aulas são um ponto de convergência importantíssimo!

A semana passada estive na neve com o Jota. Foi engraçado, mas muito cansativo, e stressante pois não havia nada para fazer a partir da hora de jantar e, com o andamento que levávamos da noite em Roma... foi dificil de suportar!! Mal tínhamos chegado e já estavamos a caminho de um jantar típico numa adega em Frascati, arredores de Roma. Mais de 100 Erasmus... e nós cantámos o hino do ISEG! três gargantas a calar o resto da sala e, o resultado, ficámos apresentados!!

Mas decidi escrever este capítulo por outra razão: fazer um ponto de situação. A casa está de pantanas! Tem a sua piada, mas atingimos um nível de saturação elevado mais cedo do que eu estimara. Acho que já não há uma peça de loiça lavada, e não nos apetece mesmo mesmo mesmo nada lavá-la!! A ninguém! Logo pelo menos aí há coerência e justiça!! Mas mesmo sabendo nós que NÃO HÁ LOIÇA!!! Neste momento estamos como os clubes de futebol, ou mesmo como muitas empresas nacionais: em gestão corrente! Vivemos um dia de cada vez. Que saudades que tenho das semanas anteriores, da organização, do método, da pro-actividade de todos... Agora??? Meu deus... Ainda vamos a tempo de evitar o descarrilamento final, para isso basta querermos! Digamos que foram uns dias de relaxamento. Afinal, todos têm direito, certo?

Mas não evito perguntar-me: e daqui por um mês? E dois? ... Prognósticos... só no final do jogo, já dizia esse guru da comunicação!

E já agora fica a grelaha de programação: na próxima semana, mais 4 festas em princípio. O regresso em grande!!! Como habitualmente!

PS: o frigorífico está completamente... vazio...

17 março, 2003

Trastevere ao virar da esquina!

Hoje decidi que já ia sendo tempo de falar do nosso bairro: Trastevere! (Quer dizer, era mais à frente, mas pertíssimo!) "Trastevere" significa «depois do Tevere», ou Timbre em linguagem tuga, que é o nome do rio que atravessa a cidade de Roma.
Sempre que falava a alguém que conhecesse a cidade e mencionava esta palavra mágica, a reacção era unânime e só uma: "O quê, a zona dos bares?" - Já lá vamos.
Mais importante do que a vida nocturna - sinceramente - para quem é estrangeiro e pretende viver tanto tempo numa cidade, são as acessibilidades, transportes, e a oferta de serviços à porta de casa. Bingo! Não podia ser maior a minha satisfação. Ok, pronto, podia, se o metro parasse a escassos metros da porta do prédio, em vez de precisar uma curta viagem de autobus. Mas são 5 minutos - a pé, quase 10 ou 15, nada de assustador - que nos separam de 2 estações próximas, na linha B as duas (a azul): Marconi ou Basilica San Paolo.
Ao todo, uma viagem para a Universidade, que tem Metro e fica na mesma linha (a azul!), são cerca de 35 minutos. Depende da sorte! Perder um autocarro por segundos pode significar mais dez ou quinze minutos de viagem! Já me esquecia que andar de transportes públicos é isto mesmo, mas creio que seja igual em todo o lado!!!
Estamos ainda perto da estação de comboio de Trastevere (um local que já se encontra no imaginário dos meus piores pesadelos, pois sempre que por lá passo vou tão carregado que juro para nunca mais!), e de um eléctrico directinho para o centro, para a Piazza Torre Argentina (as ruínas onde dizem haver mais de 6.000 gatos, mas onde o máximo que contei foram umas dezenas!). Nada mau mesmo!
Passemos a serviços. Eu adoro! E andar a pé por aqui sabe mesmo bem, chiça! Não é bem o centro, funciona como uma espécie de Algés, por exemplo, ou algo parecido. Não que eu goste particularmente da comparação! Vive-se o ambiente de zona dormitório, mas durante o dia as ruas estão apinhadas de gente, comexcpção para a hora de almoço, prolongada em Itália até às 16h00. Claro que, à imagem de Nuestros Hermanos, isso reflecte-se no horário de encerramento do pequeno comércio: 20h00, havendo sempre quem permaneça aberto por mais uma ou mesmo duas horas.
Quanto a variedade temos talho, supermercado, papelaria, gelataria(s), mercearia, agências de viagens - muito importante! - restaurantes, cybercafés, lojas de roupa, telecomunicações, pizzerias e pizza "a taglio" (à fatia), bancos, etc, etc. Tudo com diversas opções! É só escolher o que mais agradar. Dá sempre segurança para quando falta alguma coisa em casa! E falta, muitas vezes! E melhor ainda, é que tudo está num raio de cinco minutos a pé. Eu até cortei o cabelo!!! Por necessidade, está visto!
Falta, por último, mencionar a noite em Trastevere! Eu sei, eu sei... é fixe!! Vamos lá a ver: fomos lá um dia ao fim da tarde e gostámos do movimento. Ruas sempre cheias de gente, marroquinos a vender óculos Gucci, Chanel e C.ª a 15 euros (regateando vêm por 5, depende do poder de negociação do cliente!!), cheiros intensos que se cruzam no ar, e lojas que fazem de facto lembrar o nosso Bairro Alto. Da segunda vez que lá fomos, foi decidido na hora, vínhamos nós do centro um belo Sábado cerca das nove da noite, e, ao observar o movimento, descemos do eléctrico 8 no Viale Trastevere, logo depois da travessia do rio junto à ilha Tiberina. Mais uma vez, muita gente, agora a jantar em pequenos e pitorescos restaurantes (italianos... daahhh!), com esplanadas estendidas à porta! Este é um dos fenómenos que mais me agrada em Itália, e Roma em particular. O gozo que têm por viver o ambiente da rua e da comunidade que se mistura!
Ambiente engraçado, sem dúvida, mas ainda assim longe do que nos haviam prometido. Uma semana volvida e mais um dia cansativo no centro. Eu ainda mais pois tinha andado a procurar hotel para a família que vinha aí! À noite, embora nos tivessem convidado para um "bottiglion" na Piazza del Poppolo, o cansaço convidou a mais uma investida, perto de casa: Trastevereeee! Por acaso, acabámos por nos encontrar com mais tugas que para lá iam. Com guias pode ser que finalmente encontremos os malfadados bares - pensamos nós. Isto pode parecer coisa de tótó, mas é que a zona é uma mescla de BA com ruas tipo medina marroquina! Deve ser por isso que "eles" gostam tanto de andar por aqui!
O "Shisha", o "Anomalia" e o "Friends" foram os que frequentámos essa noite. O primeiro, de fumos, para quem gosta de fumar ou experimentar! O segundo, tipo barzeco do BA, pequeno,acolhedor, cheio! O último, mais do género Art Nouveau Café, mais inn, moderno, mas claro, também à pinha! A noite estava destinada a terminar cedo por falta de capacidade de resposta dos membros inferiores. Por mais que quiséssemos, não dava! Simplesmente, népias! Pouco depois das 2 da matina (palavra por si acaso, italiana!) em casa, depois de assistirmos ao encerramento dos bares perto dessa hora! É verdade, impensável! Mas não se tivermos em linha de conta que as discos encerram globalmente por volta das 4!

No comments! Para nós, fica aqui a foto do momento.



(Grande Natassia!! mostra como é!!)

Concluindo, a verdadeira apreciação ao bem reputado T-R-A-S-T-E-V-E-R-E e à sua noite, fica para outras oportunidades, segundas ou terceiras núpcias. Mas acredito que já ficámos no bom caminho. E lá no fundo gostei!

10 março, 2003

Violência gratuita: assim não por favor!!!

Estávamos nós felicíssimos da vida por termos conseguido arranjar bilhetes para o grande derby de futebol de Roma. A AS Roma recebia a rival Lázio! Duas das melhores equipas de Itália e da Europa. Para os especialistas, o segundo derby mais apaixonante do mundo, depois de o jogado em Buenos Aires.
Mesmo para quem não se interessa minimamente por bola, como espectáculo, é digno de se ver. mas vamos aos pormenores.
A Roma, sem fazer uma é poca brilhante a nível interno (pareço o Gabriel Alves, lolol) tem tido uma boa prestação na Champions. A Lazio, por seu turno, ainda tenta discutir o "scudetto", o título nacional em Itália.
Preço dos bilhetes: 23 euros. Arranjados apenas na 4ª visita ao recinto - o Estádio Olímpico, erigido para albergar as Olimpíadas de '52 - e foram nada mais, nada menos, que para a Curva Norte, paredes meias com o sector onde se encontrava a claque da equipa visitante, a Lazio, internacionalmente conhecidos por se colarem à extrema-direita nazi (nem como piada eu diria isto, não fosse a mais pura verdade!).
A ansiedade dominava-nos até ao dia do jogo. Estávamos quase a presenciar um dos desafios do ano!!! O jogo teve início às 20h30. Eram aproximadamente 18h30 quando chegámos às zonas circundantes. A romaria tinha já começado, e decorria com grande normalidade, em grande convívio. Até agora, só tínhamos visto adeptos da Roma, muito ordeiros. Já agora, um ponto de informação: em Roma, sê romano! Isto é levado ao extremo no futebol, ouseja, em Roma, é tudo da Roma! Cafés, bares, restaurantes, cabeleireiros, mercearias, pizzarias, etc, etc, todos, homens e mulheres têm orgulho em exibir fotos, cachecóis e quadros da Associazioni Sportiva di Roma! A Lazio, confina-se aos arredores de Roma. Lembro que Lazio é também o nome da região onde se encontra Roma, uma espécie de Estremadura e Lisboa.
Mas... o nosso bilhete era precisamente para o topo oposto de onde nós nos encontrávamos! Pois...
Estamos nós a contornar o estádio para a nossa porta, quando observámos ao longe uma grande fumarada e alguns foguetes e very-lights lançados pro ar, infelizmente, banalíssimos nos estádios de futebol, hoje em dia!! Pensámos nós... ENGANO!! Eu e o Jota caminhávamos um pouco mais à frente para correr a fotografar o que pensámos ser um espectáculo proporcionado pela rivalidade entre claques. Só que a rivalidade era mais do que simplesmente um motivo de espectáculo!
De repente, lembro-me de avistar no meio da espessa cortina de fumo, uma multidão a correr na nossa direcção, e de ouvir o Jota dizer "corre que há pancada"! Foi tal a correria deseordeira que voltámos ao ponto de partida. Enquanto pensávamos em como contornar aquele conflito, no caminho dos nossos lugares, damos por nós mergulhados numa nuvem de gás lacrimogénio, e, em poucos segundos, fiquei sem visão, completamente aflito dos sentidos! Implorei que batessemos a retirada, não servia danada avançar, não iríamos conseguir! Assim fizémos! Completamente zonzos, recuámos.
Mais uma decisão: vamos dar a volta uns quarteirões, para evitar este ar. O gás já se expandira e via-se toda a gente de cachecol e lenços a procurar minimizar os estragos! Estava absolutamente impossível!! Por pouco não nos perdemos, pois a orientação era reduzida! Vinte minutos a andar e damos com o outro lado do perímetro instável! Trânsito parado, tudo a observar, polícia de choque a intervir e a correr com os desordeiros... TUDO CHEIO DE CAGUFA DE UM MODO GERAL!
Era só ver very-lights a sobevoar o espaço aéreo... pedras arremessadas, carga de bastonada pra cima deles, enfim. Um triste cenário! Mas ao menos, incluído no preço do bilhete!!!
Numa das investidas da polícia, acabámos por nos separar, poi foi do tipo "pernas para que vos quero" e, no fim, o Jota ia sofrendo uma agressão de um policia, só porque decidiu evitar correr, e ter dito que era português!! Aparentemente, nada acertado, dado o facto do bófia ser adepto local e haver um senhor chamado Fernando Couto que jogava nos visitantes! Aiaiai meu deus!! Eu vi tudo! O que aconteceu... e o que podia ter acontecido! Ele com o bastão encostado à cara, não sei como saiu de lá inteiro! Ou melhor, sorte! Ou melhor, foi uma questão de timing! Sim, foi o tempo de surgir um outro bófia que por acaso e sorte do tuga, julgava aquele discurso inflamado, desnecessário.
Mas com isto, a área ficou limpa e pudémos entrar no estádio. Sempre a correr por ordem dos seguranças, até estarmos a salvo na bancada. A salvo??? Pois sim!!!
Depois veio o espectáculo. Grandes artistas da bola em campo, sem dúvida. Cânticos nas bancadasdurante 90 minutos... estádio lotado! As fotos falam por si, sem palavras!


No final, decidimos sair 3 minutos antes, já em descontos de tempo, pois adivinhava-se pancadaria da grossa. A Lázio estivera sempre na frente desde metade da primeira parte, mas com o golo do empate da Roma a aparecer no ultimo minuto, e depois de anularem o segundo da Lázio.... HUUUMMMM?!?!? Não me cheira!!! AAAiiiii
Correr, correr, correr... até não pudermos mais, e até um autocarro abrir as portas e nos deixar entrar! Depois vê-se nas noticias os pormenores!
Resultado final: 1-1.
Valeu pela experiência única! Em todos os sentidos! Pena ser noticia por mais do que simplesmente futebol!


06 março, 2003

Get set!

Prontos! (isto em bom português!). "Siamo ritornatti a Roma!"

Agora é que o ambiente da universidade começa a fervilhar dentro de nós! Desde a nossa primeira visita ao "templo" que imaginei que ali iría passar muitos e bons momentos; faz-me lembrar o ambiente que vive nas faculdades clássicas da Univ. Lisboa. E depois, as "ragazzas começam a dar sinal de vida!!
Directos ao "uficcio" Erasmus para tratarmos do fax para o ISEG e avisarmos da nossa chegada. Até não estava muita gente e pareceram-nos organizados. Pareceram!! Foi por breves instantes, não mais! Bastou uma segunda visita para confirmar as piores suspeitas!! Não é que o que tínhamos feito na véspera ficara mal feito e, depois de perdermos horas a fio, víamos o tempo a passar e as coisas a ficarem na mesma?!?!?!? Impressionante! Falta sempre uma assinatura! Primeiro era o número de contribuinte (FUNDAMENTAL PARA TUDO NESTE PAÍS!), depois a assinatura, o carimbo, outra assinatura... outro carimbo.... AAAIIII, meu deus! "Bienvenutti" ao país da burocracia!! E para piorar as coisas, a boa vontade não abunda!
P*** QUE PARIU!!! Isto faz-me lembrar... faz-me lembrar... o que é mesmo?!? Aahh já sei! Uma repartição de finanças em Lisboa! É isso. - Qual?
TANTO FAZZZ, DAAHHHH!
Mas prometo que não escrevo mais asneiras!


A coisa foi assentando! Finalmente o passe para transportes públicos - la tessera !! por fim estava na hora de deixar de andar sem pagar e fugir a picas! Mais mil e um documentos...
Um conselho: certifiquem-se de que quando alguém vos diser para fazer algo, seja o que for, em Itália, mais em concreto Roma ou mais a sul, vos dizem exactamente ONDE, COMO, QUAL O HORÁRIO, E DO QUE PRECISAM!!! TUDO ... de preferência.
E depois claro, nunca nada corre bem à primeira. Desiludam-se! No entanto, a meu ver, essa é a primeira beleza que encontro na experiência que é um ERASMUS. Outras virão.
Entretanto, para assinalarmos a chegada, demos um jantar de boas-vindas... a nós próprios! A nossa mansão, como se ilustra facilmente, ficou a abarrotar!



05 março, 2003

Carnaval!!! ( o )

Já os quatro artistas juntos, rumamos à Toscânia, mais concretamente a Lucca, onde íamos montar arraiais para curtir o carnaval em Viareggio, uma vilazinha costeira com cerca de 60k habitantes, famosa por este feriado. Tipo, a Sesimbra ou Torres cá do sítio.
Lucca, surpreendeu! Pequena, limpa, antiga, simpática, preservada, humilda e... cara! Já cheirava mais ao norte e com isso, a dinheiro! Já se veste melhor por estas bandas, indiscutívelmente, e as poucas lojas que há mostram essa preocupação. Mas há sempre um contra. Neste caso era o fraco ou inexistente movimento nocturno, associado à média de idades da população jovem ser inferior aos 16 anos!!! Percebem agora que a coisa não parecia feita a pensar em nós!!
Domingo fomos para Viareggio (que rima com Vilarejo em português!!) Nunca tinha presenciado um corso de Carnaval, e eis que a minha primeira vez deixou-me de boca aberta! Mas penso que isso deve acontecer com todos, certo??
Espectacular! Foi pena os pinguinhos de chuva a ameaçarem a noite e a diversão! Mas acho que aproveitamos bastante. A prová-lo, a imensidão de fotos que o Jota não se cansou de tirar a tudo quanto mexia! Com especial interesse por certos tipos de movimentos, se é que percebem!?!? Le ragazze!!! Muito giro, talvez à semelhança de um Rio de Janeiro em ponto pequeno e sem os 40ºC na rua, mas decididamente a bater Torres, segundo o Rolim.
Aprovado! Já denoite, de volta a Lucca. Nós e centenas de pessoas que enchiam os comboios sistematicamente.
Dia seguinte: destino Florença! Sem palavras! Sem dúvida a cidade que mais marcou em solo transalpino, até ao momento. Mas também, só cá estou há uma semana!!! Por isso... não sou de fiar...


Não esperem uma descrição mas aqui fica uma luzinha: Piazza del Duomo, com a catedral (o Duomo!) da cidade, imponente, única e original, diferente de tudo aquilo a que estamos habituados; o Mare Lungo di Firenze, tipo passeio marginal; a famosíssima ponte, espectacular, com comércio; e, de um modo geral, toda a cidade parece um museu!!
Ao contrário, já Pisa, que visitaramos na véspera, conta somente com o Baptistero como postal de apresentação. É um local mítico, sem dúvida, que conta coma catedral (o Duomo, de novo!!), o Mosteiro e claro, a torre de Pisa. Quanto à Torre, apenas digo que, de facto, É TORTA! E só digo isto pois, apesar de ser um turista que gosta de conhecer os locais por onde passa, recusei-me (eu e todos nós, a par de muitos outros turistas com reacção idêntica) a dar 15 oiros (!) para subir uns degraus e ver a vita! Quer-se dizer... há coisas com limites!

03 março, 2003

As mudanças

Finalmente a caminho de casa. A nossa casa!

Encontramos o Armando na estação de Trastevere, à uma da tarde, com uma hora de atraso provocada pela espera por um eléctrico que nunca mais chegava, e tudo, porque já não circula!!! LOL daahhhh! Tínhamos decidido levar apenas metade da bagagem de cada vez, porque custava menos e não exigia tanto do cabedal! Mas mesmo assim... livra! Só queríamos que o martírio acabasse. Mas era como o anúncio das pilhas: e dura, e dura, e dura... Só rindo para esquecer!

Um autobus e dez minutos mais tarde, estamos na nossa rua, transversal à Viale Enrico Fermi, entre Trastevere e Marconi. A primeira impressão foi bastante positiva: cafés, mini-mercado, mercearia, farmácia, restaurantes, ginásio, bancos... nada faltava! E a casa? Entrando no apartamento, gostei! Não estava velha nem degradada, mas sim arranjadinha, pintada recentemente. Claro... a mobília deixava muito a desejar e de fashion pouco ou nada tinha, mas já tinha visto muito casa de malta jovem, estudantes, e sinceramente, esta quase me enche as medidas! Quase!! Tem é de ser enquadrada nos contexto e critérios de avaliação acertados!
Só tinha um senão, mas que já esperávamos: um dos quartos era também a sala. Logo ali veio a ideia de alterar umas coisas, que mais tarde se veio a confirmar: "Que tal mudarmos as 2 camas para o outro quarto, que era grande e já tinha um beliche, e ficarmos com as mobilias restantes na sala, junto do sofá, para convívio e "estudo"!!?!?!?" Visto sermos 4 rapazes, por muito que viesse a custar, dadas as alternativas, era melhor ninguém sair prejudicado por ter de dormir na sala, e pode outros serem privados de dormir quando bem lhes apetecesse. Assim foi, tudo acertado! Seria feito quando os nossos hóspedes à força, Sofia e Armando, bazassem de vez!!
No mesmo dia, e de tarde, a segunda volta de transporte de malas! Mais um tiro!
Mas como soube bem chegar definitivamente a casa, e começar a desfazer as malas! Roupa bem amarrotada, como mandam as regras de qualquer Erasmus! ou como disse o Armando "nunca engomei uma peça de roupa desde que cá tou! Foi sempre lavar, secar e vestir!" Tá doido!!! E as minhas camisas!?!?! Vamos ter de solucionar isto!! Agora toca a descansar que a procissão ainda nem sequer partiu!
No entanto, a integração ainda estava a meio. Faltava a noite! Eles chegaram os dois tarde a casa, depois de jantar, mas ainda fomos a tempo de acompanhar o Armando a uma festa de despedida da Cláudia, estudante de direito da Lusíada que esgotara o bilhete! Foi praticamente só jantar de tugas, o que por acaso nem percebi muito bem! Espero não acabar assim! Mas para começar, foi do melhor!


Festa da rija, numa discoteca muito muito à frente, "freak" quanto baste! Tanto que eu nunca pensaria ser uma discoteca, quanto mais lá entrar, não fosse com alguém que conhecesse! A chamada "Barca de Trastevere" - sim porque havia outra, e essa sim, já vai fazendo história na noite romana!! Uma barca velha e ferrugenta a cair de podre, num local manhosíssimo no rio Tevere. Dio mio!! Onde nos fomos meter?!?! Mas descansaram-nos de imediato quanto à qualidade das discos por cá: "há de tudo para todos."

Veremos...

01 março, 2003

Os primeiros dias do resto de... 6 meses!

Primeira coisa a fazer: inscrição na faculdade e envio de fax para o ISEG a confirmar presença! Nem tinha de ser hoje, mas a curiosidade por ver a "Università degli Studi di Roma" (La Sapienza) era muita, e a ansiedade por tornar a nossa situação "legal" também! Dito e feito. Tudo tratado por volta das 13h15. Ah, chegámos cerca de vinte minutos antes apenas, pois demorámos cerca de duas horas e meia a descubrir o local!!! É, e eu considero-me um gajo com grande sentido de orientação - o Rolim também não é nada mau (!) - mas isto é demais! Parece que ninguém nesta cidade sabe para onde vai, toda a gente pergunta a toda a gente coisas como "Dove si trova...?" ou"Dove devo prendere il autobus per andare a...?" Até a nós perguntaram, só para verem bem como é a coisa. E depois, pela primeira vez chego a uma cidade onde não se encontra um mapa de metro e ligações a comboios e eléctricos. Ou então pura e simplesmente, ninguém sabe da sua existência. Das duas, uma! Talvez no ultimo mês se veja, sem querer, e quando já não for preciso rigorosamente para nada!

De tarde fomos a trastevere ver se encontrávamos a zona da casa, porque não sabíamos a morada ao certo! Estivemos perto. Resolvemos ligar à Chiara - a senhoria, 22 anos, também ela uma ex-erasmus, e no ISEG, um ano antes. Foi um êxtase ao telefone quando me apresentei!! Devia duvidar que lá chegávamos, penso eu. De qualquer forma, pediu desculpas pois estava de momento no outro lado da cidade. Deu-nos o número da Sofia - a tuga que estava na casa, e que ainda ficará até dia 8 - e com ela combinámos ver-nos no dia seguinte à noite.
A Sofia tinha um exame no dia seguintee não nos podia esperar em casa. Pois, porque nós queríamos mudar-nos já, assim que possível. Passou-nos ao Armando, o roomate dela, e também iseguiano (nunca tinha visto tal personagem, e conheço muita gente! Já lá estava há duas semanas sem nada para fazer. Tudo combinado então para dia 27, quinta-feira: seria o arrivederci à pousada!

À noite, antes de irmos para a pousada, decidimos ir jantar fora. Não não, népias! Nem pensem! Comidinha chinesa que é muito bom, económico, e porque se adivinham tempos difíceis! E afinal, Roma não é assim tão cara! Refeição completa por 10 euritos, perto da Piazza del Popolo, no centro. É só procurar. E tempo temos nós. Muito! Rumo à pousada, internet e primeiros emails pro pessoal, sala de convívio e escolha das disciplinas a frequentar - qualquer coisa servia desde que houvesse equivalência, mas a Sofia e o Armando já nos tinham dado umas luzes... das mais fáceis!
Apareceu o Vincenzo, nosso roomie durante a estadia na pousada, mais velho, oriundo de Nápoles. Um gajo à maneira, muito porreiro, não fosse um único grande defeito: NÃO TOMOU UM BANHO NOS TRÊS DIAS EM QUE LÁ ESTIVEMOS! Imaginem!!! O bom é que se ofereceu para falar comamigos e saber qual a operadora e tarifário móvel que mais se adequaria a nós. são assim os italianos! Por fim, fez questão de nos deixar o seu contacto para no caso de passarmos por Caserta, que segundo ele, e confirmado pelo mapa, fica na região de Nápoles, muito bem situada entre praia e o Vesúvio. Até lá Vincenzo, vêmo-nos algures por aí, um dia!

27 fevereiro, 2003

A grande cruzada

Com que então, nada tinha falhado?!?!?! Ou não seria isto uma grande experiência de vida, é óbvio que os obstáculos começaram a surgir. E de que maneira!! Vamos ao princípio...
Chegada a Fiumicino, Roma, 16h30 da tarde. A primeira coisa muito estranha foi reparar que do nosso avião mais ninguém se encaminhou a levantar as malas (pensámos nós!) e, por pouco, não nos encontravamos na rua, sem elas! Quase meia-hora de espera quando... demos finalmente conta de as malas sempre lá estiveram, à nossa espera, mas três tapetes ao lado!! É!! Sem explicação! Não é que queira enganar alguém mas, nós estávamos no local certo!!!
Dirigir-mo-nos para o comboio foi um martírio. Anda e anda e... anda, sobe escada e anda mais um pouco, e sobe outra escada e... 15 minutos a pé com 45 kgs de bagagem não é pêra doce!! A viagem fez-se bem (enquanto estamos sentados nem pensamos no que se pode avizinhar), non-stop até à estação central de Roma: TERMINI! E eis que este local se nos apresenta em hora de ponta! «Que saudades de Lisboa e da ponte 25 de Abril!!». O CAOS!! Finalmente sei como será o apocalipse!!


Nem espaço havia para poder colocar as malas no chão - isto já no piso do metro, e depois de pelo menos 20 minutos mais de caminhada (o problema do peso já nem sublinho).
Pelo caminho uma tentativa frustrada na praça de táxis: primeiro porque só havia um taxi, segundo porque não estava lá o condutor, e terceiro, porque quando apareceu mais parecia o Mickey Rourke em "Marloboro man" (passe a publicidade à marca de cigarros!). Pior: era um grande frete levar-nos para longe, e nunca o faria por menos de 4 euros!! Boa viagem chefe! Tooocaaa a voltar para o metro, mais um pouco a pé que precisamos de exercício! HOJE SEM DÚVIDA TOMARIA OUTRA DECISÃO! Por 40 euros nem eu repetia o que fiz se alguém me pedisse!!
É digno de registo que ambos tenhamos quase ganho calos. Foram perto de 2 horas por por comboio e 2 linhas de metro, num constante sobe e desce escada e tapete rolante... em HORA DE PONTA! Não passa pela cabeça de ninguém!
No final, 4 horas demorámos nós para ir do aeroporto até à pousada - isto porque só tínhamos casa 2 dias depois. Pelo menos a horas do jantar. Primeira refeição em Itália: esparguete! Não, não como acompanhamento, mas como prato... principal e... único! Sim eu sei que estamos em Itália mas porra... como esperam que me alimente depois do meu dia de hoje?!?!? Mas que povo mais esquisito. Realmente nós somos mesmo muito diferentes, para melhor, claro está!

Ahh, já mes esquecia! Nem tinha piada, sem surpresas! Quando chegámos e ouvi "Non abbiamo vostra prenotazione" ou qualquer coisa parecida com este significado! NÃO?? NÃO?? CLAROOOO QUE SIM!! FUI EU QUE A FIZ!!!! Mas foi uma agraável surpresa no meio disto tudo, perceber que o erro era do parvalhão do italiano! UFFFAA! Não estão a ver?! Àquela hora, não havia hipótese!! E estava lotada a pousada!! Enfim...
Só restava mesmo dormir. Não me lembrava de ir para a cama às 10 da noite nos últimos 10 anos! Só pra terem uma ideia de como as tropas estavam gastas! Ainda pensámos em sair mas foi uma discussão com argumentos que duraram... poucos segundos!


Nas lonas! LOW BATTERY!

25 fevereiro, 2003

Contagem decrescente

Inícia o mês de Fevereiro e eu já não consigo pensar em nada que vá além da minha viagem para Roma... o que fazer em Roma... o que conhecer em Itália... por que destinos viajar... as pessoas que irei conhecer... etc, etc.

Exames? pois sim! Na medida do possível, acreditem ou não, uma média de 2 dias de estudo por disciplina. Sem stresses desmedidos pois a esta altura do campeonato já se tem adquirida outra estaleca. Mas o saldo final, apesar de tudo, considero positivo.
A duas semanas do dia da partida, desdobro-me em contactos, despedidas e mais despedidas. Deve haver por perto quem pense: "Mas por que raio quer ele despedir-se de novo?? Vai-te lá embora de uma vez!" Quem me dera que fosse hoje - penso eu cá para mim todos os dias.
Cerca de uma semana e o nosso jantar de confraternização (não lhe chamemos mais uma despedida!) 85 pessoas dos 4 cantos de... Lisboa!!! Dahhh!! Uma confusão, só vos digo. Daquelas coisas que não vão querer repetir em vossa casa! Para esquecer... ou lembrar, mas definitivamente para NÃO REPETIR! Aahh pois ééé!!!
Os últimos dias tem sido simplesmente fatigantes: compras de última hora - e a todas as horas, todos os dias - decisões sobre o que levar e não levar, documentos importantes e imprescindíveis - sim, porque afinal vou para lá em ESTUDO - e muitas outras coisas que em 90% dos casos apenas usava como pretexto para não fazer ou pensar em absolutamente MAIS NADA! Confesso!

25 de Fevereiro de 2003, aeroporto da Portela, 6h00, pai, mãe e mano (atrasado claro, mas aceita-se e... agradece-se, não fossem estas horas indecentes e dia de trabalho), a par da familia Rolim como companhia. Sem lágrimas! Aguenta, não chora!!! Como eu gosto!!!
A esta altura, apenas um pensamento me assolava: a mochila verde, tipo grande, tipo campismo... não vai chegar com certeza ao destino! A minha familia e eu em particular, já temos um longo passado no que diz respeito a perda de bagagem, pelo que no momento em que vi o dito volume se classificado como "estranho" e encaminhado para local diferente, pensei: TOU LIXADO! Algo a confirmar...
Registo ainda uma lembrança do meu irmão (e "futuro" afilhado, desde há uns poucos dias): uma bússula! Segundo o próprio, "para não te perderes por lá", disse. Vaguear, deambular, viajar, passear... tudo bem! Perder é que não! E não estou a pensar fazê-lo. Por isso mesmo, já levo na mala manuais de Roma, de Itália, já tenha estudado a planta da miiiinhaaa cidade pelos próximos 6 meses.

Também não faltaram lágrimas! E as maezinhas são sempre casos crónicos nesta matéria! E se a minha procurou e conseguiu disfarçar bem... ou assim-assim, já a do meu amigo e companheiro de viagem RR, tadiiiinhaa! Mas não se fala mais nisso!
Enfim, nada falhou, até ao momento pelo menos. Mas também só saí de casa há coisa de 7 horas.