19 outubro, 2007

Cochin (Kochi)...

este é o nome da cidade onde me encontro. Cochin, o nome que os portugueses cá deixaram, "Kochi" aquele que os locais foram cimentando na perspectiva de cultivar a ideia de uma nacionalidade - realmente, ambas são muito distintas... lol! Cochin, ou mais propriamente a região ou estado em que se encontra, são conhecidas pela expressão "God's own country" ou seja, Terra de Deus. Há uma piada até, que nos foi contada, relacionada com o termo. Algo tipo "um vidente que dizia que conseguia falar com Deus, fazia-o por meio de telefone, reza a história; de todo o lado donde ligava gastava muito dinheiro com chamadas internacionais, mas quando chegou a Cochin e ligou para estabelecer o «contacto», pagou apenas uma chamada LOCAL!" Eu sei, eu sei, é o que se pode arranjar! Mas a piada não é minha!!!

Tradicionalmente, um porto de grande comércio, cidade-forte da rota das especiarias (não, não das sedas!), um dos locais onde ficou mais visível a presença portuguesa, na igreja de S. Francisco, referências a Vasco da Gama, entre outros aspectos.

Ainda com a época das monsões a chegar ao fim, o clima continua tramado. Um calor abrasador, uma humidade infernal, e chuvas e trovoadas torrenciais ao cair na doite! Hoje foi o dia com mais sol o dia todo... e aquele com a trovoada mais assustador que já vi! Contradições... Contradições essas que prometem não se verificar no que toca à cidade. Por um lado porque não há grande disparidade de distribuição de riqueza, não segue os passos de muitas ex-colónias europeias em África ou América do Sul. Por outro lado, porque promete ser de facto um local lindo. Para já, este fim-de-semana temos o primeiro passeio. Amanhã de manhã check-out o hotel para tomarmos um carro até cerca de 2h de distência de cochin, aproximafamente. Aí iremos apanhar uns barcos-casa, típicos, tipo palhota a boiar. Incluirá almoço, lanche/chá das 17h, jantar e dormida a bordo, onde podemos ter a oportunidade de socialiar bastante e sem mais que fazer, promete ser divertido. Depois da noite a bordo, o pequeno-almoço antecede o regresso, de novo de carro, de volta a Cochin. Dado sermos 9 (!!!!!), a coisa promete ficar animada! Depois conto como foi, e fotos podem ser esperadas.
Quanto ao resto da semana que agora acaba, desde o ultimo post, tem sido pacífica. Ou mehor, FOI pacífica. Já acabou! O pessoal aqui continua todo fantástico. Encantadores! Quando é assim tudo é mais fácil! Por exemplo hoje, convidaram-nos a assistir a uma cerimónia que teria lugar na fábrica. Dissemos prontamente que sim. Eram 15h: adiantaram-me que a tradição por detrás da cerimónia, prendia-se com o facto de agradecer aos deuses a sorte durante o ultimo ano no trabalho, e pedir que a sorte continue no ano vindouro. Especialmente, sorte com as ferramentas e máquinas de trabalho. É uma festa anual, portanto, mas de data incerta. Conta-se pelo número de luas, ou seja, calha entre finais de Setembro e meios de Outubro. Os deuses idolatrados são 3: uma deusa associada à saúde e qualidade de vida, um deus a quem se pede riqueza e prosperidade, e por fim, o principal, Ganesh, que está relacionado com a fartura proporcionada com a oferta da terra, do solo. A fotoreportagem segue:
A fábrica virou um pequeno templo! Uma altar improvisado - ou talvez não dado o profissionalismo da coisa, que envolve mesmo uma equipa task force encarregada de preparar a ocasião - incenso a potes pelo ar... quase quase a fazer soar o alarme de incêndio... enfim!!

Foi uma experiência, no mínimo, diferente! O retrato de toda uma cultura assente em valore muito distantes daquilo a que nos habituamos. Não há uma correcta e uma errada, há que prezar a diferença, e enquanto vivência, dá muito gozo! Como puderam ver... no final até já tinhamos sido convertidos! Ainda que forçosamente!!! :) Repararam nas testas???

Olha para mim! Peço desculpa por estar pequenino... mas nunca fui grande!!

Bem, despeço-me por hoje. Volto ao vosso convívio, seguramente, para contar as peripécias do final de semana, coincidente com o festejo de mais um sopro de velas da minha parte! Inté.

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